Nós, humanos, somos seres complexos que habitam a Terra há milênios. Cada qual com uma história e uma bagagem, significamos tudo e, ao mesmo tempo, equivalemos a apenas um pequeno fragmento no universo. Somos muitos e, ainda assim, encontramos uma maneira de ser únicos.

Mas, se somos tantos e tão particulares, o que nos impacta coletivamente? 

Em palestra, o ambientalista norte-americano John Francis nos dá uma pista: “Nós somos o meio ambiente, e como tratamos uns aos outros é como tratamos o meio ambiente.

Sem dúvida, a “casa” que habitamos em conjunto é o que nos une, mesmo com nossas diferenças. Coexistir na Terra nos mantém conectados e por isso nossas ações individuais, por menores que sejam, geram impacto em tudo e todos que compartilham o planeta.

Por muito tempo, a Terra existiu sem nós. Mas sem a Terra não há futuro possível para a vida como a conhecemos. Como estamos tratando nosso planeta, seus recursos, suas espécies e a nós mesmos? 

O movimento ImPacto NetZero é um convite para agirmos agora. 

A Campanha, que antes era chamada de Race to Zero Brasil, cresceu e agora tem a Rede Brasil do Pacto Global da ONU como importante parceira. 

ImPacto NetZero é um chamado para a mobilização de empresas e sociedade em prol de um planeta mais sustentável. Convidamos as empresas para avaliarem a adoção de metas de redução de suas emissões de gases de efeito estufa com base na ciência, colaborando, assim, para a mitigação das mudanças climáticas.

Faça parte dessa rede. Faça parte do ImPacto NetZero!

A década de 2010-2019 foi a mais quente em toda a história devido à grande quantidade de emissões líquidas de carbono, que alteram o efeito estufa e elevam o aquecimento do planeta. Caso a humanidade continue neste ritmo de produção de CO2, a projeção é que o aumento da temperatura média global da Terra atinja quase 4ºC até 2100, de acordo com a organização Climate Action Tracker.

Para evitar desastres naturais causados pelo aquecimento global – como elevação do nível dos mares, derretimento de geleiras, alteração na distribuição de chuvas, secas prolongadas e enchentes e mudanças em toda cadeia alimentar – é necessária a redução drástica do uso de fontes fósseis, como petróleo. 

É diante desse objetivo que surgiu o Net Zero, conceito focado em desenvolver estratégias para se chegar a um balanço de emissões líquidas zero de gases de efeito estufa (GEEs), sobretudo o carbono.

O Net Zero tem ganhado aderência em diversas organizações, principalmente nos últimos anos, devido à crescente pressão de acionistas, ativistas e clientes para que empresas mantenham estratégias mais sustentáveis, garantindo uma melhor qualidade de vida para o planeta e seus habitantes.

Esse compromisso também ganhou maior notoriedade a partir do Acordo de Paris, um tratado mundial de 2015 entre 196 nações, incluindo o Brasil, que visa reduzir o aquecimento global. Em vigor desde 2016, tem como principal objetivo limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC. Para isso é necessário que as nações atinjam emissões líquidas zero até 2050.

O que é Net Zero?

Net Zero é o nome simplificado de Net Zero Carbon (Zero Emissão Líquida de Carbono, em tradução livre). Metas Net Zero estabelecem um compromisso de, em primeiro lugar, reduzir ao máximo a emissão de gases de efeito estufa e, a partir daí, neutralizar as emissões residuais, ou seja, aquelas que não tenha sido possível eliminar. Dessa forma, mais do que a compensação, é necessária uma queda drástica na emissão de CO2 para um planeta mais resiliente.

Como se tornar Net Zero

Mais que compensar, é preciso reduzir emissões líquidas de CO2

Muitas empresas já compensam a produção de carbono com os chamados créditos de carbono, mas é hora de ir além. É preciso que as organizações tenham um plano de gestão voltado à redução da emissão líquida de CO2.

Isso significa que as emissões líquidas zero devem ser atingidas não apenas pela compensação das emissões mas, em primeiro lugar, por meio da redução dessas emissões. Quanto mais próximo de zero o nível de emissões líquidas de CO2, melhor.

Acompanhamento constante de metas

Para apoiar as empresas em sua jornada rumo às emissões líquidas zero, a iniciativa Science Based Targets (SBTi) está elaborando critérios e métodos para que as empresas possam estabelecer metas Net Zero de acordo com o indicado pela mais atual ciência climática. Além disso, a SBTi lançou um documento que estabelece os fundamentos e princípios orientadores para essas metas, além de esclarecer conceitos relevantes em torno do tema. 
No site da SBTi também é possível acompanhar o processo de elaboração desses critérios e metas e manter-se atualizado sobre o que está sendo produzido.

Contribuições para o planeta

Ao se tornar Net Zero, diversos são os benefícios ao planeta como um todo: não só do ponto de vista ambiental, mas também econômico, social, de governança, de saúde e mais.

Menor nível de pobreza mundial

A redução de emissões líquidas de carbono contribui também com a redução da temperatura média global, diminuindo assim a ocorrência de incêndios, secas e enchentes que destroem regiões e levam ao avanço da pobreza mundial. Com a adoção do Net Zero, a qualidade de vida de populações inteiras pode ser melhorada.

Estilo de vida mais saudável

Quanto mais empresas aderirem ao Net Zero, maiores serão as mudanças no estilo de vida da humanidade. Afinal, há, por exemplo, uma maior aderência ao consumo consciente, ao não desperdício de alimentos e a opções de transportes não poluentes, entre outros.

Maior preservação da fauna e flora

Um estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que um aumento de 2ºC na temperatura média global resultaria na extinção de 99% dos recifes de corais do planeta, além de 16% das plantas, por exemplo.

Como consequência, os animais que mantêm uma relação de mutualismo ou de cadeia alimentar com esses biomas também morreriam. Ao aderir ao Net Zero e reduzir as emissões líquidas de carbono, fauna e flora também são poupados.

Menor risco de problemas respiratórios e câncer de pele

Uma das consequências do aquecimento global à saúde humana são os maiores riscos de problemas respiratórios, como alergia, asma, pneumonia, câncer de pulmão, bronquite, entre outros. 

Com uma maior emissão líquida de carbono, a camada de ozônio também é atingida e a radiação ultravioleta chega à Terra com mais força, podendo levar a queimaduras e até ao aumento de risco de câncer de pele e cataratas.

Com menor concentração de carbono na atmosfera e redução do aumento da temperatura global, a proteção natural da Terra e a qualidade do ar melhoram e, assim, as irritações em vias aéreas, os prejuízos aos pulmões e até alguns tipos de câncer são evitados. 

Menores níveis de obesidade, desnutrição e até dengue

As mudanças climáticas causadas por emissões de carbono exageradas afetam negativamente a produção de alimentos e a vida. Consequentemente, há uma menor disponibilidade de alimentos naturais e aumento da população de insetos.

Vale lembrar que uma maior quantidade de insetos pode resultar em maior uso de pesticidas na comida, o que, por sua vez, pode levar a intoxicações alimentares e maior busca por alimentos processados, gerando um ciclo sem fim.

Desta forma, ao promover a redução de carbono, é possível combater doenças ligadas à ausência de alimentos saudáveis, como desnutrição e obesidade; e ainda prevenir enfermidades disseminadas por insetos, como malária, dengue, zika, doença de Chagas, entre outras.

Saiba como aderir ao ImPacto NetZero e se tornar parte da mudança.

“Uma jornada de mil milhas começa com uma única etapa”. É com esse provérbio chinês que a campanha “Business Ambition for 1.5ºCconvida líderes a darem um passo ousado que pode inspirar outros: a assinatura de uma carta pública com o compromisso de limitar o aumento da temperatura global em 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.

O que é a Business Ambition for 1.5ºC?

A campanha Business Ambition for 1.5ºC é um chamado à ação para que líderes empresariais assumam o compromisso de estabelecer metas baseadas na ciência para reduzir as emissões de gases de efeito estufa de suas empresas. 

A campanha encoraja companhias a se engajarem e combaterem o aquecimento global por meio da redução de emissões de gases de efeito estufa, principalmente o carbono.

Esse chamado à ação foi apresentado pelo Pacto Global (United Nations Global Compact, em inglês), vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), que incentiva empresas a adotarem políticas de responsabilidade social corporativa e sustentabilidade, e pela iniciativa Science Based Targets (SBTi). Mais de 570 empresas em todo o mundo já aderiram à Business Ambition for 1.5ºC.

Por que 1,5ºC?

Para conter catástrofes climáticas e evitar danos irreversíveis à população global, a mais atual ciência climática, sistematizada no Relatório Especial do IPCC, publicado em 2018, indica como necessário limitar o aumento da temperatura a até 1,5ºC. O nível está alinhado ao Acordo de Paris (2015), compromisso firmado entre 196 nações para manter o aumento da temperatura da Terra abaixo de 2ºC.

Como aderir à campanha Business Ambition for 1.5°C?

Para fazer parte da campanha, as companhias precisam assinar a carta compromisso da Business Ambition for 1.5º C, tornando-se, assim, parte da iniciativa Science Based Targets (SBTi, de maneira abreviada), que oferece métodos e ferramentas para que empresas de diferentes portes estabeleçam metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEEs) baseadas na ciência.
Saiba mais detalhes sobre Como estabelecer uma meta de redução de carbono.

Ambição de temperatura

Gestores de empresas interessados em fazer parte da campanha Business Ambition podem optar por uma ou pelas duas opções abaixo: 

Opção 1 - Metas científicas de 1,5ºC: estabelecer metas de redução de emissões de GEEs alinhadas às trajetórias que limitam o aumento da temperatura global em 1,5°C. Essas metas devem ser alcançadas no mínimo em 5 e no máximo em 15 anos. 
Opção 2 - Compromisso de emissões líquidas zero: meta para alcançar as emissões líquidas zero no mais tardar até 2050, além de metas internas de redução das emissões (5 a 15 anos).

Business Ambition e Net Zero: movimentos que caminham juntos

Ao assinarem a carta de compromisso da campanha Business Ambition for 1.5ºC, empresas se comprometem com o movimento Race to Zero, focado em tornar empresas mais sustentáveis a partir da redução das emissões de carbono até 2050.

No documento da Business Ambition for 1.5°C, companhias são encorajadas a se comprometerem com as metas de emissões líquidas zero e com total embasamento científico. Tais metas devem ser transformadas em ações consistentes, que terão seus progressos acompanhados.

Presente em 160 países e vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), o Pacto Global é a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo. Referência para o setor empresarial, atua estrategicamente com companhias de diversos portes, além de organizações não empresariais, para alcançarem metas sustentáveis e se desenvolverem diante de novos modelos de negócio.

Criado em 2000 por Kofi Annan, então secretário-geral da ONU, o Pacto Global surge como uma reação frente à crescente influência e impacto do setor empresarial nas questões sociais, ambientais, econômicas e políticas. Para a iniciativa, o papel de transformação das empresas e de seus/suas executivos/as mais altos/as (CEOs) vai além do lucro: está no compromisso com um mundo mais sustentável e cidadão.

Atualmente, mais de 17 mil instituições compõem o Pacto Global, sendo 13 mil empresas e quatro mil organizações não empresariais, entre ONGs e entidades de governança. Para atender aos desafios dos países, a iniciativa dividiu-se em redes locais, como a Rede Brasil, que avaliam as particularidades de cada região para operações mais efetivas e direcionadas. Já são 70 redes pelo globo. 

Podem se vincular ao Pacto Global instituições que desejam implementar metas ambiciosas que priorizem no longo prazo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030. Junto à iniciativa, empresas e organizações encontram parcerias e instrumentos para que suas metas sejam estruturadas, alcançadas e divulgadas com transparência.

Alguns dos temas abordados pelo Pacto Global são: 

Mais recentemente, os princípios ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês) foram incorporados às ações de sustentabilidade corporativa trabalhadas pelo Pacto Global. Em 2004, o termo ESG foi mencionado pela primeira vez em um relatório da iniciativa.

Rede Brasil do Pacto Global

A Rede Brasil do Pacto Global foi criada em 2003 e, nos últimos anos, cresce exponencialmente. Hoje, “é a terceira maior rede local do mundo, a maior das Américas e a maior do sul global”, de acordo com a iniciativa. Em 2020, 67% das melhores empresas reconhecidas pelo índice anual “Época Negócios 360º” estavam vinculadas à Rede Brasil, compondo seus mais de 1200 integrantes.

Seguindo os mesmos princípios do Pacto Global, a Rede Brasil mobiliza empresas e organizações rumo a negócios mais sustentáveis. Quatro frentes são exploradas localmente:

De maneira interna, a Rede Brasil é responsável por oferecer apoio e diretrizes institucionais para que o setor empresarial defina um plano de ação estratégico a partir de seus objetivos. A iniciativa também disponibiliza ferramentas e treinamentos para capacitar as companhias.

Já externamente, a Rede Brasil vem investindo em projetos coletivos entre empresas e parceiros para trocas de experiências, além de promover e realizar a curadoria de eventos que deem visibilidade às organizações e às pautas desenvolvidas.

Para que as instituições vinculadas à Rede Brasil do Pacto Global se engajem ainda mais no universo da sustentabilidade corporativa, a iniciativa possui Plataformas de Ação. Por meio delas, o setor empresarial pode se articular baseado em sete coalizões.

As Plataformas de Ação se dividem em Temáticas e Transversais:

Temáticas:

Transversais:

Além das Plataformas, a Rede Brasil também opera em Programas Internacionais. Entre eles está o Ambição Net Zero, conectado a campanhas globais como a Race to Zero e focado em como o setor empresarial pode acelerar a redução das emissões líquidas de carbono no mundo.

A Rede Brasil do Pacto Global recebe apoio institucional da Klabin S.A., empresa à frente da Campanha ImPacto NetZero. Para saber mais sobre a atuação da Rede no país, confira os 10 Princípios que guiam a iniciativa.

Como fazer parte da Rede Brasil do Pacto Global?

Empresas e organizações que desejam aderir à Rede Brasil do Pacto Global devem submeter uma carta assinada pelo CEO da instituição demonstrando interesse e proatividade em fazer parte da iniciativa. A filiação é totalmente online e feita no site da Rede Brasil.

Após a submissão, a Rede Brasil analisa o pedido e a empresa candidata. Se aprovada, a companhia ingressa na Rede e define seu “nível de engajamento”, como explica a iniciativa. São dois níveis: 

Saiba mais como aderir aqui.

Leaders Summit

Acontece nos dias 15 e 16 de junho o Leaders Summit 2021, evento virtual do Pacto Global que irá conectar líderes empresariais, governanças e sociedade civil para debater os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo, claro, o ODS 13 de Clima.

Acompanhe a atuação da Rede Brasil do Pacto Global em suas redes sociais.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são metas desenhadas por um processo longo, multisetorial e participativo liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Os ODS visam acabar com a pobreza, assegurar os direitos humanos, combater a desigualdade social, atingir a igualdade de gênero, atuar contra as mudanças climáticas e enfrentar outros desafios sociais, ambientais e econômicos até 2030.

Os ODS fazem parte da Agenda 2030, “plano de ação global” adotado em 2015 durante a Assembléia Geral da ONU. Além dos 17 ODS, o plano define o desenvolvimento sustentável baseando-se nos 5Ps: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Parcerias e Paz. Cada ODS possui ainda metas específicas. 

Ao todo o documento estabelece 169 metas. “São objetivos e metas claras, para que todos os países adotem de acordo com suas próprias prioridades e atuem no espírito de uma parceria global que orienta as escolhas necessárias para melhorar a vida das pessoas, agora e no futuro”, explica o site da Agenda 2030.

Fonte: ODS Brasil

1. Erradicação da pobreza: acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.

2. Fome zero e agricultura sustentável: acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e a melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.

3. Saúde e bem-estar: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.

4. Educação de qualidade: assegurar educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

5. Igualdade de gênero: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

6. Água potável e saneamento: assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos.

7. Energia acessível e limpa: assegurar o acesso à energia confiável, sustentável, moderna e a preço acessível para todos.

8. Trabalho decente e crescimento econômico: promover crescimento econômico inclusivo e sustentável, além de empregos plenos, produtivos e decentes para todos.

9. Indústria, inovação e infraestrutura: construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.

10. Redução das desigualdades: reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.

11. Cidades e comunidades sustentáveis: tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

12. Consumo e produção responsáveis: assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.

13. Ação contra a mudança global do clima: tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.

14. Vida na água: conservar e promover a gestão dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.

15. Vida terrestre: proteger, recuperar e promover a sustentabilidade dos ecossistemas terrestres, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e a perda de biodiversidade.

16. Paz, justiça e instituições eficazes: promover sociedades pacíficas e equitativas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
17. Parcerias e meios de implementação: fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

Situação do Brasil em relação aos ODS

Conforme mostra a imagem abaixo, caso o país não se empenhe para o cumprimento dos ODS, somente as metas 6 (Água potável e saneamento) e 7 (Energia acessível e limpa) serão alcançadas até 2030.

Fonte: ODS Brasil - maio/2021

O progresso brasileiro em relação ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável pode ser acompanhado no site oficial ODS Brasil.

Por que aderir ao Net Zero auxilia no alcance dos ODS?

Assim como o Governo e o terceiro setor, empresas têm um papel fundamental no alcance dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Elas são detentoras do poder econômico e promovem inovações e tecnologias que atendem diversos públicos, de fornecedores a consumidores.

Cada vez mais companhias estão engajadas com os ODS no Brasil e no mundo. Afinal, incorporar metas sustentáveis aos negócios é bom tanto para o planeta quanto para a própria empresa em âmbito social, ambiental e de governança. 

Entre essas metas está a de reduzir as emissões líquidas de carbono e utilizar fontes de energia renováveis para alcançar o Net Zero – um objetivo ambicioso e transformador que se encaixa no ODS de número 13, “Ação Contra a Mudança Global do Clima”. 

Este ODS pode ser visto de forma transversal aos demais. Veja algumas correlações do ODS 13 com os demais ODS:

Fonte: Rede Brasil do Pacto Global

Entre os inúmeros benefícios do movimento Net Zero ao planeta estão: preservação ambiental, melhoria da qualidade do ar, conservação da biodiversidade, menor risco de doenças, uso de fontes limpas de energia, melhores oportunidades de trabalho a partir de princípios ESG, cidades mais sustentáveis, consumo consciente, melhor qualidade de vida a todas as espécies, entre outros.

Com a adesão ao Net Zero, o setor empresarial ainda pode implementar e alcançar vários outros ODS. Conheça mais sobre Net Zero clicando aqui.

Adiada devido à pandemia da Covid-19, a 26ª Conferência das Partes (COP26) agora tem data para acontecer. Marcada para 1 a 12 de novembro, em Glasgow (Reino Unido), a maior reunião sobre clima da Organização das Nações Unidas (ONU) ganha um apelo enfático das lideranças mundiais neste ano: já não há mais tempo a perder!

A urgência é compreensível. Desde as primeiras medições de carbono na atmosfera da Terra, cientistas do clima alertam para o aquecimento progressivo da temperatura do planeta. Realidade que atravessa os limites continentais e é sentida em maior ou menor grau pelo mundo todo.

Mobilizar-se coletivamente nunca foi tão desafiador para as “Partes”, nações signatárias da ONU comprometidas com o clima. Afinal, diante dos iminentes riscos das mudanças climáticas, agir já não é uma escolha: é uma prioridade.

Em novembro, o que se espera da COP26 é a união de ainda mais esforços por meio da liderança das Partes. Conheça mais sobre a Conferência das Partes:

Partes da história

O ano era 1992 e o mundo assistia com olhar atento à Cúpula da Terra (também chamada Eco-92), conferência sobre o clima sediada em junho no Rio de Janeiro. No centro do debate estava o planeta e a importância de protegê-lo diante dos avanços socioeconômicos.

Um mês antes, em Nova Iorque, era aprovada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), aliança máxima da ONU que revolucionaria ações e estratégias a nível global em prol da Terra.

De acordo com a linha do tempo da UNFCCC, a Eco-92 foi o pontapé inicial para que diversas nações se unissem em acordo comum sobre o clima. Na Cúpula do Rio, diversos países (sub)desenvolvidos se tornaram signatários da Convenção-Quadro da ONU, comprometendo-se a reduzir os gases de efeito estufa (GEEs), entre outras responsabilidades.
Dois anos mais tarde, em 1994, a UNFCCC entrava em vigor e as 196 nações que assinaram a Convenção-Quadro passaram a se chamar “Partes” e a se encontrar anualmente na “Conferência das Partes” (COP).

A COP é definida pela UNFCCC como o “órgão supremo de decisão da Convenção” e reúne as nações signatárias nas figuras de governantes, representantes empresariais e do terceiro setor para debater e checar as metas estabelecidas, pautar novos tratados e propor novas soluções para o futuro do planeta.

Desde a primeira Conferência, em 1995, as Partes têm como aspiração a preservação do planeta e de todas as espécies, em um equilíbrio saudável e harmônico. Com o tempo, acordos e prioridades foram sendo adaptados a partir dos desafios que as mudanças climáticas vêm provocando no mundo.

Rumo à COP26

Prestes a reunir o mundo no maior fórum climático da ONU, a 26ª Conferência das Partes já dá ares de que será um dos eventos mais decisivos para o futuro do planeta. Em 2021, o Reino Unido sedia a Conferência pela primeira vez entre os dias 1 e 12 de novembro. O parlamentar indiano Alok Sharma é o presidente eleito para representar a COP26.

As discussões sobre as mudanças climáticas e as ações imediatas que devem ser tomadas a partir da COP26 já intensificam as expectativas no cenário nacional e do exterior. Isso porque a COP deste ano se baseia em alcançar quatro pilares essenciais que, se cumpridos, são considerados a melhor chance de um “turning point” – ou ponto de virada – para um mundo mais resiliente e Net Zero. De acordo com a publicação oficial “COP26 Explained”, são eles:

Como em toda COP, as Partes devem debater esses pontos-chave e estabelecer o melhor caminho para que sejam cumpridos a nível mundial com base nas particularidades e desafios de cada nação. Além das discussões sobre meio ambiente, a COP26 também deve trazer para o centro da Conferência a preocupação em proteger grupos vulneráveis às mudanças climáticas.

Campanhas globais como a Race to Zero e a Race to Resilience, vinculadas à Convenção-Quadro da ONU, também serão convocadas para o debate como forma de engajar instituições e sociedade na corrida rumo ao Net Zero.

Outros eventos importantes relacionados à COP26 acontecem antes de novembro. Entre eles a Pre-COP e a Youth4Climate, sediadas na Itália em setembro, e a Cúpula dos Líderes do G20, em outubro. Fique ligado!

Linha do Tempo das COPs

Desde 1995, a Conferência das Partes acontece anualmente em diferentes regiões do mundo de forma rotativa. Bonn, cidade alemã onde está instalado o secretariado da Convenção-Quadro da ONU, já foi três vezes palco da COP, seguida de Marraquexe e Buenos Aires (duas vezes cada). O Brasil ainda não sediou nenhuma COP. 

Veja as sedes das COPs desde sua criação. 

Confira mais detalhes sobre cada uma das edições das COPs no site da UNFCCC.

Acordo de Paris: um marco da COP

Ao longo de 25 edições, a Conferência das Partes foi marcada por acordos internacionais históricos. Um dos mais conhecidos é o Protocolo de Quioto, adotado em 1997 durante a COP3, no Japão. A meta proposta era limitar e reduzir os gases nocivos emitidos à atmosfera, em especial dos países desenvolvidos, responsáveis por lançar grandes parcelas.

O Protocolo, reconhecido pela UNFCCC como o “primeiro tratado mundial de redução de emissões de GEEs”, passou por um longo e conturbado processo de adesão das Partes, entrando em vigor somente em 2005 sem aprovação integral. 
Dezoito anos depois de sua adoção na COP3, o Protocolo de Quioto foi substituído pelo Acordo de Paris. Assinado durante a COP21, sediada na França em 2015, sua principal meta é o trabalho cooperativo internacional para impedir o aumento da temperatura média da Terra acima de 2ºC em comparação com níveis pré-industriais. “O Acordo de Paris é um marco porque, pela primeira vez, reúne todas as nações em uma causa comum para empreender esforços ambiciosos para combater as mudanças climáticas", esclarece a Convenção-Quadro da ONU.

Para alcançar a meta definida, as Partes devem investir em reduzir as emissões de GEEs, adotar ações resilientes e administrar recursos financeiros e tecnológicos. Entenda mais sobre como funciona o Acordo de Paris no vídeo da UNFCCC.

Klabin na COP26

Reconhecida por sua trajetória pautada pela sustentabilidade e preocupada desde sua fundação com os recursos naturais e a biodiversidade, a Klabin é a única empresa brasileira convidada a integrar o “COP26 Business Leaders” (Líderes Empresariais da COP26, em tradução livre).

O grupo, composto por executivos de diversos setores e nações, é responsável por difundir e engajar o setor privado no tema mudanças climáticas, além de tratar das pautas da 26ª Conferência das Partes da ONU, que será realizada este ano. Cristiano Teixeira, CEO da Klabin, estará presente no evento como um dos representantes do setor privado brasileiro.

Guia para Iniciantes da COP

Com o objetivo de preparar o setor empresarial antes da 26ª Conferência das Partes, a Plataforma de Ação pelo Clima da Rede Brasil do Pacto Global organizou um guia super didático (FAQ) explicando os principais pontos sobre o evento.

O “Guia para Iniciantes para a COP26” explica, entre outros tópicos, como as companhias podem se engajar na COP, como promover ações na COP26 e o que esperar da 26ª Conferência.

Acesse o FAQ da Rede Brasil do Pacto Global aqui.