2021: o ano do “ponto de virada” para a ação climática global

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Nunca antes como em 2021 se pesquisou tanto sobre “Mudanças Climáticas”. A afirmação é da Year in Search 2021, lista anual de tendências do Google.

Não é por acaso! Em 2021, o mundo se deparou com limites e extremos no clima, consequência do que há muito especialistas alertam: as mudanças climáticas estão aqui e agora, em todas as regiões do planeta, em maior ou menor grau.

Em agosto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que o futuro das espécies e do planeta está em “código vermelho”, após o lançamento do 6º Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O documento aponta que a Terra já aqueceu mais de um grau celsius em comparação aos níveis pré-industriais, em grande parte pela emissão, poluição e degradação resultantes de atividades humanas desenfreadas.

Mas, se a ação humana é responsável pelo planeta de hoje, então é pela própria humanidade que um novo futuro pode ser construído coletivamente. Em 2021, além de “Mudanças Climáticas”, o termo “Sustentabilidade” bateu recorde mundial de pesquisas, também de acordo com o Year in Search 2021

Apesar de ainda haver muito a se fazer, este ano mostrou que muito já está sendo feito - e por vir! Nas palavras de Joyce Msuya, diretora-executiva adjunta do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), “2021 deve marcar o início da era da ação”.

Em ritmo de fim de ano, confira uma retrospectiva com alguns destaques da ação climática global em 2021:

Conferência da virada

Em novembro, líderes políticos, ativistas, organizações e representantes de empresas e da sociedade civil se encontraram em Glasgow, Reino Unido, para a 26ª Conferência das Partes (COP26), a maior reunião sobre clima da ONU.

Adiada em um ano devido à pandemia, a Conferência foi um dos eventos mais aguardados de 2021, sendo considerada um possível “ponto de virada” para um planeta mais resiliente às mudanças climáticas.

Depois de duas semanas intensas de negociações, o mundo conheceu os novos acordos firmados entre as Partes (nações signatárias da ONU) e viu outros antigos serem concluídos, como o Livro de Regras do Acordo de Paris. Neste ano, pela primeira vez na história das COPs, o acordo final da Conferência cita “Combustíveis Fósseis” como um recurso a ser superado e substituído em definitivo.

Entre os destaques da COP26 estão o Acordo de Florestas (zerar a perda de florestas até 2030) e o Acordo do Metano (cortar em 30% as emissões globais do gás até 2030). Já o Brasil divulgou na Conferência que pretende ser carbono neutro até 2050 e cortar em 50% suas emissões até 2030, entre outras definições. Confira aqui um resumo das principais negociações.


Metas alinhadas à ciência

Em 2021, mais de 1300 empresas globais de diversos portes e setores se comprometeram com metas baseadas na ciência climática junto à Science Based Targets initiative (SBTi). De 2015 para cá, esse é o maior número de companhias estabelecendo metas em um único ano.

De acordo com dados da iniciativa, mais de 2220 empresas estão engajadas hoje com alguma meta em prol do planeta, sendo quase 1120 agindo para limitar o aquecimento a 1,5ºC. Do Brasil já são 31 companhias alinhadas à SBTi, incluindo a Klabin.

A SBTi é uma iniciativa que oferece métodos e ferramentas para que empresas estabeleçam metas baseadas na ciência climática para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEEs).


Meio ambiente e educação em foco

O ano de 2021 também foi especial para o meio ambiente e para a educação ambiental, que receberam importantes avanços por meio da ONU.

Em outubro, “o Conselho de Direitos Humanos da ONU reconheceu, pela primeira vez, que ter o meio ambiente limpo, saudável e sustentável é um direito humano.” Diante da crise climática, que se agrava em comunidades vulneráveis, o reconhecimento é uma constatação da necessidade de seguirmos lutando por um planeta mais resiliente e que ofereça condições para o direito de existir.

Cinco meses antes, em maio, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) adotou a Declaração de Berlim sobre Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS). O objetivo da Declaração é tornar a educação ambiental um componente curricular básico até 2025, com “uma série de políticas para transformar a aprendizagem.” A adoção do documento foi endossada por uma análise da UNESCO dos currículos escolares básicos de 50 países, a qual constatou que “mais da metade desses planos e currículos não fazem qualquer referência à mudança climática e apenas 19% deles tratam sobre biodiversidade.”

País da bioeconomia

Em outubro, o Brasil sediou o Fórum Mundial de Bioeconomia 2021, em Belém (PA). Foi a primeira edição do evento fora da Europa.

Em formato híbrido, o Fórum reuniu públicos e palestrantes de diversos países para debater a importância da bioeconomia e das soluções baseadas na natureza para um futuro mais sustentável. Temas como Bioeconomia na Amazônia, Financiamento Sustentável, Saúde e Bioeconomia estiveram em pauta no evento.

O Fórum Mundial de Bioeconomia resultou no lançamento da Declaração 2021, que reconhece a bioeconomia como uma alternativa valiosa para “abrir novas fronteiras para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e dos ecossistemas, bem como para a inovação e o aumento da produtividade no uso econômico de recursos de base biológica.” O documento também declara o Pará como o primeiro estado brasileiro a adotar uma Bioestratégia para incentivar ações de base natural.

Meses antes, o Fórum estabeleceu o dia 7 de julho como o Dia Mundial do Bioproduto, uma data para celebrar e incentivar o uso de produtos de base biológica no combate às mudanças climáticas.


Sustentabilidade de impacto

Também em 2021, projetos, movimentos e campanhas em prol de um mundo Net Zero foram criados e ampliados global e localmente. Agora, a pauta já é uma das mais debatidas no setor empresarial, por exemplo, acompanhada das práticas ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês).

Assim como o ESG, o tema Net Zero deve ganhar ainda mais força nos próximos anos e tornar-se um marcador de seleção de companhias e negócios que se preocupam, se responsabilizam e agem para combater as mudanças climáticas. Afinal, quem não se adaptar às demandas do planeta tem grandes chances de “ficar para trás”.

Pensando na urgência e no compromisso com a sustentabilidade, a Klabin e a Rede Brasil do Pacto Global da ONU se uniram, neste ano, para o lançamento do nosso movimento, o ImPacto NetZero. Nosso objetivo é mobilizar empresas e sociedade a adotarem uma economia de baixo carbono para redução das emissões de gases de efeito estufa.

Ao longo de 2021, os canais do movimento impactaram significativamente pequenas, médias e grandes empresas, além da sociedade civil. Nossos conteúdos foram acessados em larga escala, em especial os que demonstram preocupação com ações sustentáveis, como o “6 dicas para reduzir a emissão de carbono no dia a dia”.

Saiba mais sobre como fazer parte do movimento aqui.