Celebrado anualmente em oito de junho, o Dia dos Oceanos foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) junto à Cúpula da Terra, em 1992. Em 2008, a data foi elevada a uma comemoração mundial, e a preocupação com os oceanos e com o futuro do planeta ganhou novos debates e mobilizações pelo globo.
Afinal, os oceanos são considerados o “verdadeiro pulmão do mundo”, responsáveis por metade do oxigênio (O2) que todas as espécies – marítimas ou não – respiram. Mesmo quem mora longe do mar é influenciado por ele, seja pela regulação do clima, pela manutenção da biodiversidade, pelo provisionamento de alimentação ou pela garantia de sua própria respiração.

Em 2021, o Dia Mundial dos Oceanos teve como tema “O oceano: vida e meios de subsistência”. Na ocasião, o secretário-geral da ONU, António Guterres, veio a público fazer um apelo enfático para que a humanidade se conscientize ainda mais sobre a importância dos oceanos e encerre o que ele chama de “guerra contra a natureza”. Em sua mensagem, Guterres advertiu sobre as consequências da devastação marítima e lembrou que, hoje, mais de três bilhões de pessoas ao redor do mundo sobrevivem por meio dos oceanos.
O secretário-geral também destacou o papel econômico, cultural e social dos oceanos, que poderá ser comprometido caso as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) continuem desenfreadas. “As emissões de carbono estão provocando o aquecimento e a acidificação dos oceanos, destruindo a biodiversidade e causando o aumento do nível do mar, que ameaça costas densamente povoadas”, constata Guterres.
De acordo com estudos científicos de 2019 sobre clima, os oceanos estão em um ritmo de aquecimento 40% mais rápido do que o estimado em 2014 pela ONU. A conta é simples: quanto mais emissões de GEEs, mais eles retêm o calor da atmosfera. Com isso, aumentam também as chances de complicações graves para os oceanos e a vida na Terra, em virtude do derretimento de calotas polares, do aumento do nível do mar, de eventos climáticos mais severos e recorrentes, da destruição de ecossistemas e cadeias alimentares, entre outras.

Instaurada no começo deste ano, a “Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030)” é mais um chamado da ONU para que os países signatários da Organização continuem a se empenhar em prol dos oceanos. A década fornecerá uma oportunidade única para que as nações trabalhem juntas para produzir uma ciência oceânica global necessária para apoiar o desenvolvimento sustentável do oceano que compartilhamos. Mitigar as mudanças climáticas no longo prazo e com atuação mundial é considerado uma das maneiras mais imperativas para conter o avanço do aquecimento do planeta e, em consequência, proteger os oceanos e a vida como um todo.
Alinhar-se a metas como as propostas pelo Acordo de Paris e pela Business Ambition for 1.5ºC são algumas das ações que empresas, governos e sociedade podem aderir para combater danos irreversíveis aos oceanos. O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de número 14 (Vida Debaixo D’água) também atua especificamente na conservação e no uso responsável dos recursos dos oceanos.
Por terem papel fundamental na manutenção da vida na Terra, a preservação dos oceanos é urgente! Ao estimularem a redução de emissões de GEEs baseadas na ciência do clima, movimentos como o ImPacto NetZero contribuem com essa conservação.

Confira algumas curiosidades sobre os oceanos
Pulmões do mundo
De acordo com o GT Clima e Oceano, do Observatório do Clima, os oceanos liberam à atmosfera mais da metade do oxigênio que os seres vivos respiram. Além disso, eles captam ⅓ do gás carbônico (CO2) produzido pela humanidade, que é utilizado pela respiração das plantas marítimas e devolvido como O2 à atmosfera. Esse processo regula os ciclos biogeoquímicos e a temperatura média da Terra.
Planeta Água
A água dos oceanos representa mais de 90% do volume de água total da superfície da Terra, conforme informações do Discovery Channel. Isso também significa que a maioria das espécies aquáticas do planeta se encontra neles. Ainda assim, estima-se que 95% dos oceanos do planeta permanecem inexplorados até hoje.
Unidades de Conservação
As Unidades de Conservação (UCs) marítimas são grandes áreas oceânicas administradas legalmente para proteger os recursos naturais e a biodiversidade aquática. No Brasil, como explica o GT Clima e Oceano, existem duas categorias de UCs: “de proteção integral (destinadas à proteção da Natureza) ou de uso sustentável (destinadas à exploração dos recursos renováveis de forma sustentável)”. São as UCs que garantem, por exemplo, pescas mais responsáveis e a defesa de comunidades que dependem dos oceanos.
Laboratório flutuante
De acordo com a CNN, deve ser concluída em 2024 a construção de um laboratório flutuante financiado pelo governo francês para se estudar a concentração de carbono no oceano. A embarcação Polar Pod pesquisará o impacto dos GEEs e das mudanças climáticas no Oceano Atlântico, com foco no mar da Antártida.
Para descobrir mais sobre o universo dos oceanos, confira sete documentários disponíveis online.