Net Zero: o que é e como transformar seu empreendimento em carbono zero

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A década de 2010-2019 foi a mais quente em toda a história devido à grande quantidade de emissões líquidas de carbono, que alteram o efeito estufa e elevam o aquecimento do planeta. Caso a humanidade continue neste ritmo de produção de CO2, a projeção é que o aumento da temperatura média global da Terra atinja quase 4ºC até 2100, de acordo com a organização Climate Action Tracker.

Para evitar desastres naturais causados pelo aquecimento global – como elevação do nível dos mares, derretimento de geleiras, alteração na distribuição de chuvas, secas prolongadas e enchentes e mudanças em toda cadeia alimentar – é necessária a redução drástica do uso de fontes fósseis, como petróleo. 

É diante desse objetivo que surgiu o Net Zero, conceito focado em desenvolver estratégias para se chegar a um balanço de emissões líquidas zero de gases de efeito estufa (GEEs), sobretudo o carbono.

O Net Zero tem ganhado aderência em diversas organizações, principalmente nos últimos anos, devido à crescente pressão de acionistas, ativistas e clientes para que empresas mantenham estratégias mais sustentáveis, garantindo uma melhor qualidade de vida para o planeta e seus habitantes.

Esse compromisso também ganhou maior notoriedade a partir do Acordo de Paris, um tratado mundial de 2015 entre 196 nações, incluindo o Brasil, que visa reduzir o aquecimento global. Em vigor desde 2016, tem como principal objetivo limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC. Para isso é necessário que as nações atinjam emissões líquidas zero até 2050.

O que é Net Zero?

Net Zero é o nome simplificado de Net Zero Carbon (Zero Emissão Líquida de Carbono, em tradução livre). Metas Net Zero estabelecem um compromisso de, em primeiro lugar, reduzir ao máximo a emissão de gases de efeito estufa e, a partir daí, neutralizar as emissões residuais, ou seja, aquelas que não tenha sido possível eliminar. Dessa forma, mais do que a compensação, é necessária uma queda drástica na emissão de CO2 para um planeta mais resiliente.

Como se tornar Net Zero

Mais que compensar, é preciso reduzir emissões líquidas de CO2

Muitas empresas já compensam a produção de carbono com os chamados créditos de carbono, mas é hora de ir além. É preciso que as organizações tenham um plano de gestão voltado à redução da emissão líquida de CO2.

Isso significa que as emissões líquidas zero devem ser atingidas não apenas pela compensação das emissões mas, em primeiro lugar, por meio da redução dessas emissões. Quanto mais próximo de zero o nível de emissões líquidas de CO2, melhor.

Acompanhamento constante de metas

Para apoiar as empresas em sua jornada rumo às emissões líquidas zero, a iniciativa Science Based Targets (SBTi) está elaborando critérios e métodos para que as empresas possam estabelecer metas Net Zero de acordo com o indicado pela mais atual ciência climática. Além disso, a SBTi lançou um documento que estabelece os fundamentos e princípios orientadores para essas metas, além de esclarecer conceitos relevantes em torno do tema. 
No site da SBTi também é possível acompanhar o processo de elaboração desses critérios e metas e manter-se atualizado sobre o que está sendo produzido.

Contribuições para o planeta

Ao se tornar Net Zero, diversos são os benefícios ao planeta como um todo: não só do ponto de vista ambiental, mas também econômico, social, de governança, de saúde e mais.

Menor nível de pobreza mundial

A redução de emissões líquidas de carbono contribui também com a redução da temperatura média global, diminuindo assim a ocorrência de incêndios, secas e enchentes que destroem regiões e levam ao avanço da pobreza mundial. Com a adoção do Net Zero, a qualidade de vida de populações inteiras pode ser melhorada.

Estilo de vida mais saudável

Quanto mais empresas aderirem ao Net Zero, maiores serão as mudanças no estilo de vida da humanidade. Afinal, há, por exemplo, uma maior aderência ao consumo consciente, ao não desperdício de alimentos e a opções de transportes não poluentes, entre outros.

Maior preservação da fauna e flora

Um estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que um aumento de 2ºC na temperatura média global resultaria na extinção de 99% dos recifes de corais do planeta, além de 16% das plantas, por exemplo.

Como consequência, os animais que mantêm uma relação de mutualismo ou de cadeia alimentar com esses biomas também morreriam. Ao aderir ao Net Zero e reduzir as emissões líquidas de carbono, fauna e flora também são poupados.

Menor risco de problemas respiratórios e câncer de pele

Uma das consequências do aquecimento global à saúde humana são os maiores riscos de problemas respiratórios, como alergia, asma, pneumonia, câncer de pulmão, bronquite, entre outros. 

Com uma maior emissão líquida de carbono, a camada de ozônio também é atingida e a radiação ultravioleta chega à Terra com mais força, podendo levar a queimaduras e até ao aumento de risco de câncer de pele e cataratas.

Com menor concentração de carbono na atmosfera e redução do aumento da temperatura global, a proteção natural da Terra e a qualidade do ar melhoram e, assim, as irritações em vias aéreas, os prejuízos aos pulmões e até alguns tipos de câncer são evitados. 

Menores níveis de obesidade, desnutrição e até dengue

As mudanças climáticas causadas por emissões de carbono exageradas afetam negativamente a produção de alimentos e a vida. Consequentemente, há uma menor disponibilidade de alimentos naturais e aumento da população de insetos.

Vale lembrar que uma maior quantidade de insetos pode resultar em maior uso de pesticidas na comida, o que, por sua vez, pode levar a intoxicações alimentares e maior busca por alimentos processados, gerando um ciclo sem fim.

Desta forma, ao promover a redução de carbono, é possível combater doenças ligadas à ausência de alimentos saudáveis, como desnutrição e obesidade; e ainda prevenir enfermidades disseminadas por insetos, como malária, dengue, zika, doença de Chagas, entre outras.

Saiba como aderir ao ImPacto NetZero e se tornar parte da mudança.