26 anos de COP: tudo o que você precisa saber sobre a conferência climática da ONU

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Adiada devido à pandemia da Covid-19, a 26ª Conferência das Partes (COP26) agora tem data para acontecer. Marcada para 1 a 12 de novembro, em Glasgow (Reino Unido), a maior reunião sobre clima da Organização das Nações Unidas (ONU) ganha um apelo enfático das lideranças mundiais neste ano: já não há mais tempo a perder!

A urgência é compreensível. Desde as primeiras medições de carbono na atmosfera da Terra, cientistas do clima alertam para o aquecimento progressivo da temperatura do planeta. Realidade que atravessa os limites continentais e é sentida em maior ou menor grau pelo mundo todo.

Mobilizar-se coletivamente nunca foi tão desafiador para as “Partes”, nações signatárias da ONU comprometidas com o clima. Afinal, diante dos iminentes riscos das mudanças climáticas, agir já não é uma escolha: é uma prioridade.

Em novembro, o que se espera da COP26 é a união de ainda mais esforços por meio da liderança das Partes. Conheça mais sobre a Conferência das Partes:

Partes da história

O ano era 1992 e o mundo assistia com olhar atento à Cúpula da Terra (também chamada Eco-92), conferência sobre o clima sediada em junho no Rio de Janeiro. No centro do debate estava o planeta e a importância de protegê-lo diante dos avanços socioeconômicos.

Um mês antes, em Nova Iorque, era aprovada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), aliança máxima da ONU que revolucionaria ações e estratégias a nível global em prol da Terra.

De acordo com a linha do tempo da UNFCCC, a Eco-92 foi o pontapé inicial para que diversas nações se unissem em acordo comum sobre o clima. Na Cúpula do Rio, diversos países (sub)desenvolvidos se tornaram signatários da Convenção-Quadro da ONU, comprometendo-se a reduzir os gases de efeito estufa (GEEs), entre outras responsabilidades.
Dois anos mais tarde, em 1994, a UNFCCC entrava em vigor e as 196 nações que assinaram a Convenção-Quadro passaram a se chamar “Partes” e a se encontrar anualmente na “Conferência das Partes” (COP).

A COP é definida pela UNFCCC como o “órgão supremo de decisão da Convenção” e reúne as nações signatárias nas figuras de governantes, representantes empresariais e do terceiro setor para debater e checar as metas estabelecidas, pautar novos tratados e propor novas soluções para o futuro do planeta.

Desde a primeira Conferência, em 1995, as Partes têm como aspiração a preservação do planeta e de todas as espécies, em um equilíbrio saudável e harmônico. Com o tempo, acordos e prioridades foram sendo adaptados a partir dos desafios que as mudanças climáticas vêm provocando no mundo.

Rumo à COP26

Prestes a reunir o mundo no maior fórum climático da ONU, a 26ª Conferência das Partes já dá ares de que será um dos eventos mais decisivos para o futuro do planeta. Em 2021, o Reino Unido sedia a Conferência pela primeira vez entre os dias 1 e 12 de novembro. O parlamentar indiano Alok Sharma é o presidente eleito para representar a COP26.

As discussões sobre as mudanças climáticas e as ações imediatas que devem ser tomadas a partir da COP26 já intensificam as expectativas no cenário nacional e do exterior. Isso porque a COP deste ano se baseia em alcançar quatro pilares essenciais que, se cumpridos, são considerados a melhor chance de um “turning point” – ou ponto de virada – para um mundo mais resiliente e Net Zero. De acordo com a publicação oficial “COP26 Explained”, são eles:

  • Mitigação: garantir um mundo NetZero até 2050 e manter a temperatura de 1,5ºC alcançável;
  • Adaptação: adaptar para proteger comunidades e habitats naturais;
  • Recursos: mobilizar recursos;
  • Colaboração: trabalhar coletivamente para entregar resultados.

Como em toda COP, as Partes devem debater esses pontos-chave e estabelecer o melhor caminho para que sejam cumpridos a nível mundial com base nas particularidades e desafios de cada nação. Além das discussões sobre meio ambiente, a COP26 também deve trazer para o centro da Conferência a preocupação em proteger grupos vulneráveis às mudanças climáticas.

Campanhas globais como a Race to Zero e a Race to Resilience, vinculadas à Convenção-Quadro da ONU, também serão convocadas para o debate como forma de engajar instituições e sociedade na corrida rumo ao Net Zero.

Outros eventos importantes relacionados à COP26 acontecem antes de novembro. Entre eles a Pre-COP e a Youth4Climate, sediadas na Itália em setembro, e a Cúpula dos Líderes do G20, em outubro. Fique ligado!

Linha do Tempo das COPs

Desde 1995, a Conferência das Partes acontece anualmente em diferentes regiões do mundo de forma rotativa. Bonn, cidade alemã onde está instalado o secretariado da Convenção-Quadro da ONU, já foi três vezes palco da COP, seguida de Marraquexe e Buenos Aires (duas vezes cada). O Brasil ainda não sediou nenhuma COP. 

Veja as sedes das COPs desde sua criação. 

  • COP1 - Berlim (Alemanha), 1995
  • COP2 - Genebra (Suíça), 1996
  • COP3 - Kyoto (Japão), 1997
  • COP4 - Buenos Aires (Argentina), 1998
  • COP5 - Bonn (Alemanha), 1999
  • COP6 - The Hague (Holanda), 2000
  • COP6-2 - Bonn (Alemanha), 2001
  • COP7 - Marraquexe (Marrocos), 2001
  • COP8 - Nova Déli (Índia), 2002
  • COP9 - Milão (Itália), 2003
  • COP10 - Buenos Aires (Argentina), 2004
  • COP11 - Montreal (Canadá), 2005
  • COP12 - Nairóbi (Quênia), 2006
  • COP13 - Bali (Indonésia), 2007
  • COP14 - Poznan (Polônia), 2008
  • COP15 - Copenhague (Dinamarca), 2009
  • COP16 - Cancún (México), 2010
  • COP17 - Durban (África do Sul), 2011
  • COP18 - Doha (Catar), 2012
  • COP19 - Varsóvia (Polônia), 2013
  • COP20 - Lima (Peru), 2014
  • COP21 - Paris (França), 2015
  • COP22 - Marraquexe (Marrocos), 2016
  • COP23 - Bonn (Alemanha), 2017
  • COP24 - Katowice (Polônia), 2018
  • COP25 - Madri (Espanha), 2019
  • COP26 - Glasgow (Reino Unido), marcada para novembro de 2021.

Confira mais detalhes sobre cada uma das edições das COPs no site da UNFCCC.

Acordo de Paris: um marco da COP

Ao longo de 25 edições, a Conferência das Partes foi marcada por acordos internacionais históricos. Um dos mais conhecidos é o Protocolo de Quioto, adotado em 1997 durante a COP3, no Japão. A meta proposta era limitar e reduzir os gases nocivos emitidos à atmosfera, em especial dos países desenvolvidos, responsáveis por lançar grandes parcelas.

O Protocolo, reconhecido pela UNFCCC como o “primeiro tratado mundial de redução de emissões de GEEs”, passou por um longo e conturbado processo de adesão das Partes, entrando em vigor somente em 2005 sem aprovação integral. 
Dezoito anos depois de sua adoção na COP3, o Protocolo de Quioto foi substituído pelo Acordo de Paris. Assinado durante a COP21, sediada na França em 2015, sua principal meta é o trabalho cooperativo internacional para impedir o aumento da temperatura média da Terra acima de 2ºC em comparação com níveis pré-industriais. “O Acordo de Paris é um marco porque, pela primeira vez, reúne todas as nações em uma causa comum para empreender esforços ambiciosos para combater as mudanças climáticas", esclarece a Convenção-Quadro da ONU.

Para alcançar a meta definida, as Partes devem investir em reduzir as emissões de GEEs, adotar ações resilientes e administrar recursos financeiros e tecnológicos. Entenda mais sobre como funciona o Acordo de Paris no vídeo da UNFCCC.

Klabin na COP26

Reconhecida por sua trajetória pautada pela sustentabilidade e preocupada desde sua fundação com os recursos naturais e a biodiversidade, a Klabin é a única empresa brasileira convidada a integrar o “COP26 Business Leaders” (Líderes Empresariais da COP26, em tradução livre).

O grupo, composto por executivos de diversos setores e nações, é responsável por difundir e engajar o setor privado no tema mudanças climáticas, além de tratar das pautas da 26ª Conferência das Partes da ONU, que será realizada este ano. Cristiano Teixeira, CEO da Klabin, estará presente no evento como um dos representantes do setor privado brasileiro.

Guia para Iniciantes da COP

Com o objetivo de preparar o setor empresarial antes da 26ª Conferência das Partes, a Plataforma de Ação pelo Clima da Rede Brasil do Pacto Global organizou um guia super didático (FAQ) explicando os principais pontos sobre o evento.

O “Guia para Iniciantes para a COP26” explica, entre outros tópicos, como as companhias podem se engajar na COP, como promover ações na COP26 e o que esperar da 26ª Conferência.

Acesse o FAQ da Rede Brasil do Pacto Global aqui.