SBTi oferece métodos e ferramentas para que empresas estabeleçam metas baseadas na ciência para zerar emissões de carbono

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Os níveis de carbono na atmosfera alcançaram um novo recorde – 419 partes por milhão em abril de 2021 (NOAA) – e o número deve continuar a subir, de acordo com o boletim anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da Organização das Nações Unidas (ONU) especializada na ciência do clima. 

Apesar da crença de que a pandemia de Covid-19 reduziria a produção de CO2 devido às paralisações de transportes e aos decretos de lockdown, as emissões do gás continuaram praticamente inabaladas. Isso porque as iniciativas para conter o contágio do vírus apenas reduziram a mobilidade humana, mas não o consumo geral de energias fósseis.

Caso os níveis de emissão de carbono continuem em ritmo desenfreado, danos irreversíveis ao meio ambiente e à vida das espécies podem ser desencadeados em consequência do aumento hostil da temperatura do planeta. Diante da iminente ameaça, grandes e pequenas empresas unem-se diariamente à iniciativa Science Based Targets (SBTi) para fazer a sua parte para reverter a situação.

O que é a SBTi?

A Science Based Targets initiative ou SBTi, de forma abreviada, é uma iniciativa que oferece métodos e ferramentas para que empresas de diferentes portes estabeleçam metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEEs). Tais metas são alinhadas ao que a mais atual ciência climática indica para alcançarmos os objetivos do Acordo de Paris, limitando o aumento da temperatura global a muito abaixo dos 2°C e fazendo todo o possível para mantê-lo em 1,5°C. 

Estabelecendo uma meta de redução de emissões de GEE

As metas baseadas na ciência do clima são elaboradas em parceria com a iniciativa SBT por meio de cinco passos

#1 Compromisso: as empresas são responsáveis por enviar uma carta compromisso à SBTi indicando o seu comprometimento com estabelecer uma meta com base científica para redução de suas emissões de GEEs. 

#2 Desenvolvimento: a SBTi disponibiliza em seu site de forma gratuita diversos recursos que explicam como as empresas devem elaborar suas metas. A partir do envio da carta compromisso (etapa #1), as empresas têm até 24 meses (dois anos) para desenvolver, validar e publicar sua meta. 

#3 Envio: as empresas encaminham suas metas à equipe SBTi para validação oficial. 

#4 Comunicação: uma vez aprovadas, as metas de cada empresa são publicadas na seção Companies Taking Action no site oficial da iniciativa SBTi e nos websites das organizações parceiras. As empresas ainda recebem um kit de boas-vindas com dicas sobre como informar aos stakeholders a meta estabelecida. 

#5 Divulgação: após a validação oficial e o recebimento do kit de boas-vindas, as empresas devem divulgar anualmente suas emissões de GEEs e seu progresso, de forma a avaliar os passos para atingir a meta estabelecida.

Veja como participar 

Vantagens para os negócios

Estabelecer metas de redução de emissão de GEEs com base na ciência traz uma maior segurança às empresas, ao mesmo tempo que demonstra um compromisso concreto em termos de sustentabilidade a consumidores, colaboradores, fornecedores e investidores. É uma proteção para o futuro não só do negócio como um todo, mas do planeta que habitamos.

Ao contar com a avaliação da equipe SBTi, as companhias têm o suporte de especialistas técnicos, que dão retornos detalhados quanto à ambição das metas das empresas e ao atingimento ou não dos critérios da iniciativa.

Definir metas para a redução de emissões de GEEs baseadas na ciência resultou em seis benefícios, apontados em pesquisa realizada com 185 executivos de empresas comprometidas com a iniciativa SBT.

  • Reputação da marca

Cerca de 79% dos líderes consideraram o fortalecimento da reputação da marca como uma das vantagens mais significativas para suas empresas ao se comprometerem com a iniciativa SBT. 

À medida que consumidores e colaboradores se tornam mais conscientes sobre os efeitos que suas escolhas têm sobre o meio ambiente, a sustentabilidade cresce como tendência e aumenta a visibilidade de companhias que aderem a tais práticas.

  • Confiança do investidor

A pressão de investidores, clientes e reguladores quanto à adoção de práticas sociais e ambientais por parte das empresas cresce exponencialmente ano após ano, conforme relatório do MSCI.

Acionistas têm se interessado cada vez mais por políticas ambientais das companhias nas quais investem como forma de manter seus investimentos qualificados no futuro. Prova disso é que a BlackRock, maior administradora de ativos do mundo, já incentiva resoluções de acionistas sobre compromissos climáticos.

Na pesquisa, 52% dos executivos afirmam que seus objetivos baseados em metas científicas da iniciativa SBT aumentaram a confiança dos investidores em seus negócios.

  • Resiliência contra regulamentações futuras

À medida que um número cada vez maior de governos busca implementar o Acordo de Paris, empresas tendem a se adaptar a novas formas de conduzir seus fluxos de manufatura, transporte e logística em prol do meio ambiente e de uma economia mais sustentável.

Mais de um terço (35%) dos participantes da pesquisa relatou que definir metas científicas os ajudou a ter maior resiliência contra regulamentações futuras em níveis nacional e internacional.

  • Maior possibilidade de inovação

Diante da transição para uma economia de baixo carbono ou carbono zero, empresas que alinham suas estratégias à iniciativa SBT mantêm aberto um grande leque de oportunidades. 

Quase dois terços (63%) dos líderes argumentaram que definir metas com a SBTi tem impulsionado a inovação em seus negócios, e 50% mantêm a expectativa de que metade de seus produtos e serviços sejam de baixo carbono até 2030.

  • Maior economia

Há quem diga que transformar um negócio em modelo sustentável exige altos custos. Mas as empresas que estabeleceram metas de redução de emissões de GEEs a partir dos critérios da SBTi têm provado que a ideia é equivocada, já que 29% dos executivos que aderiram à iniciativa apontam economia no balanço financeiro de seus negócios.

Ao definir metas científicas com um time de especialistas técnicos, as empresas estão trabalhando para que suas operações permaneçam eficientes e resilientes em um futuro com recursos mais caros e escassos.

  • Vantagem competitiva

Pioneiros da transição para uma economia de baixo carbono, mais da metade (55%) dos entrevistados disse que se comprometer com as metas científicas da iniciativa SBT lhes rendeu uma vantagem competitiva.

Com a incerteza reduzida, confiança dos investidores fortalecida e maiores lucros, as companhias que lutam pelo sucesso na economia de baixo carbono ficam à frente dos concorrentes.